Quando decidi me tornar terapeuta, uma das primeiras coisas que me veio à cabeça foi: “Vou abandonar a engenharia!”
Logo a engenharia, faculdade que ralei para conseguir terminar! Grande orgulho de ter esse título!
Depois de muita reflexão e algum sofrimento, percebi que carreira não precisa ser excludente. Pode ser complementar! Ou seja, posso ser um Engenheiro-Terapeuta, ou Engenheiro + Terapeuta, Terapeuta-Engenheiro, e por aí vai.
Se num primeiro momento as duas atividades podem parecer estar em lados opostos (racional x emocional), consegui encontrar sinergias na forma de aplicar conhecimentos e metodologias da engenharia, na terapia.
A sinergia
Uma grande oportunidade que recebi em minha carreira industrial foi a formação Green Belt, com a metodologia 6 Sigma (utilizei o ciclo do PDCA, sendo desdobrando nos 8 passos do MASP):
Foto: artigo do site http://www.kitemes.com.br/2017/03/27/pdca-e-dmaic-em-busca-da-melhoria-continua-parte-2/
Utilizei algumas vezes com sucesso na indústria siderúrgica e em serviços, na aviação. Por que não tentar o mesmo para investigar problemas das pessoas?*
*Aqui esclareço que a correlação foi feita somente com a Técnica da EFT, a qual aplico em meus clientes, baseada em conceitos teóricos. Não foi feita nenhuma observação ou estudo para demais áreas de Terapias, Psicanálise, Psicologia, Psiquiatria ou qualquer outro tipo de método de cura.
Interessante a ótica de estruturar um processo terapêutico com uma metodologia de solução de problemas. Aplicar a sequência passo a passo, sem apressar nem pular etapas, pode ser igualmente efetivo.
Importante: Tais metodologias são utilizadas para resolução de problemas estruturados, ou crônicos, ou ainda repetitivos. É necessário ter cuidado na avaliação e estabelecimento do problema a ser tratado, pois em uma situação pontual, chamado na indústria de causa especial, ou como também se diz na área da saúde, agudo, poderá não haver efetividade no uso das metodologias citadas.
Demonstro abaixo a correlação:
Dentro do passo 03 do MASP (Análise), uma das técnicas que pode ser aplicada é a dos 5 porquês, muito utilizada no tratamento de falhas da engenharia, onde a partir de um sintoma, fazemos 5 vezes a pergunta “Por que?”, e assim determinamos a causa fundamental (ou causa raiz) do problema.
Por exemplo:
Problema: Tenho compulsão alimentar e estou acima do peso. Preciso emagrecer urgentemente!
Este é um exemplo muito simples, sem investigação profunda, mas que ilustra a correlação entre a causa (pressão dos pais) com o efeito (excesso de comida que causa sobrepeso).
Em um primeiro momento, a pessoa provavelmente procurará trabalhar sua dieta alimentar. Essa atitude pode até ajudar, mas está concentrada no sintoma, e não na causa.
Se a pessoa deste exemplo procurar um tratamento terapêutico com a EFT, poderá explorar este e outros eventos que a fizeram se sentir pressionada, e assim eliminar a carga emocional envolvida. Com isso, a compulsão alimentar desaparecerá naturalmente, sem necessidade de esforço, disciplina ou sacrifícios (que um dia poderá sucumbir, ter recaídas).
É comum também que, assim que o objetivo seja atingido, o ser humano relaxe em sua disciplina, e pode voltar ao estado inicial, ou até piorar, se não houver cuidado.
Para este caso específico, seria aplicada EFT para o evento onde pessoa se sentia pressionada pelos pais, e a questão da compulsão alimentar não seria o centro das atenções (poderia ser abordada, mas com intuito de alívio momentâneo).
Concluindo, fiquei animado em descobrir que todo conhecimento acumulado durante minha jornada profissional pode ser bastante aproveitado para ajudar às pessoas. É uma forma de contribuir para melhoria da qualidade de vida e reconexão com a essência de quem se interessar por explorar essa jornada de autoconhecimento.
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